Vamos conversar com o Desembargador Ricardo Tadeu, um dos criadores da Lei da Aprendizagem
A Lei da Aprendizagem completa 20 anos neste ano de 2020. Hoje é uma lei consolidada em todo o Brasil. Mas nem sempre foi assim.
Antes da Lei, contratar jovens – principalmente os mais vulneráveis, era visto como mais um trabalho assistencial das empresas e seus gestores, o que não garantia direitos trabalhistas nem valorização do trabalho profissional dos aprendizes.
Foi aí que, em 1991 um dos criadores da Lei da Aprendizagem, o desembargador Ricardo Tadeu Marques da Fonseca passou a ser membro do Ministério Público do Trabalho e começou a pensar em como mudar essa realidade.
Uma de suas maiores preocupações era assegurar os direitos da juventude ao ingressar no mercado de trabalho, o que não acontecia com os programas até então.
“Eu sempre defendi naquela época que era necessário aprimorar. Então comecei a elaborar alguns acordos com as empresas, em termos de ajuste de condutas, propondo que elas adotassem esses jovens como aprendizes. Então registrando-os como aprendizes, e concordando que esses jovens fossem devidamente treinados para aprender a trabalhar também por essas entidades. Havia uma transformação nesse tipo de contrato, que era meramente assistencialista, esse contrato passava a garantir direitos trabalhistas previdenciários, como queria a Constituição, e o que ela também assegura que é a formação profissional do adolescente. Ele tem o direito de não só trabalhar, mas acima de tudo, de ter adequada formação profissional”, relata.
E como você já deve estar sabendo, estamos no meio de uma campanha que celebra o Dia Internacional do Jovem Trabalhador, com uma série de conteúdos, lives, textos aqui no site e nas nossas redes sociais.
Um de nossos parceiros apoiadores dessa Campanha é a Sagres Online, que fez uma entrevista com o Desembargador Ricardo Tadeu que conta toda essa história com mais detalhes. Você pode conferir em texto ou ouvir em áudio aqui.
A nossa Campanha Explore a Jornada traz o mote #EntenderoPassado, #AgirnoPresente e #ConstruiroFuturo, pois acreditamos que ter uma visão mais sistêmica do mundo a Aprendizagem é importante para compreender e transformar.
Data e Hora da live do Dr Ricardo Tadeu
Nesse sentido, convidamos e estamos muito felizes em trazer o Desembargador Ricardo Tadeu para conversar, trocar saberes, ideias e responder perguntas de vocês! Dr Ricardo Tadeu tem uma história brilhante de convicção e superação pessoais e é um homem que agiu e age ativamente com a nossa causa. Estamos honrados em recebê-lo. Logo abaixo colocamos um resumo de sua trajetória!
Portanto, prepare-se! Tem muito aprendizado a caminho! Programe-se para a nossa live com ele, anote as dúvidas:
Dia: 11/05
Data: 16h
Link:
Confira a história e trajetória do Dr Ricardo Tadeu e inspire-se!
Ricardo Tadeu Marques da Fonseca ingressou na Faculdade de Direito da USP em 1979 e, desde então, interessa-se por causas sociais, o que o levou ao MPT.
Marque perdeu a visão quando cursava o 3º ano de Direito. Com apoio dos colegas, que gravavam o conteúdo de livros e as aulas, formou-se.
Iniciou a prática da advocacia em 1983, prestando assistência judiciária no Centro Acadêmico XI de Agosto, em São Paulo. Depois de formado, em 1984, advogou em um escritório de advocacia trabalhista.
Em março de 1987, foi nomeado assessor do juiz dr. Oswaldo Preuss no TRT da 15ª região. Ingressou na carreira do MPT em 17/12/1991, após a conclusão do 3º Concurso do MPT, em que obteve a 6ª colocação.
Manteve-se atuando na 15ª região, em Campinas. Em 1994, foi promovido a Procurador Regional do Trabalho. Atuou como custus legis até 1995 e na 1ª instância até 1999. Passou, então, a exercer a função de procurador-chefe daquela regional até o ano de 2002, período durante o qual iniciou o processo de interiorização do MPT, com a instalação da então sub-sede de Bauru/SP.
Ainda em 2002, com a autorização do CSMPT, mudou-se para Curitiba para cursar o doutorado na UFPR, o que, em 2003, deu azo a sua transferência para a 9ª região, onde, a partir de 2005, passou a atuar no Núcleo de Combate à Discriminação.
O MPT sempre lhe proporcionou muitas alegrias e realizações. Atuou no combate ao trabalho infantil, na regularização do trabalho de adolescentes, no combate às cooperativas fraudulentas de mão de obra, em questões de meio-ambiente de trabalho, no combate à discriminação no trabalho e, desde março de 2009, na Coordenadoria de Segundo Grau.
Ao longo de seu trabalho, publicou diversos textos sobre temas correlatos às suas atribuições de Procurador, dentre eles um livro, o qual leva o título de sua tese de doutorado: “O Trabalho da Pessoa com Deficiência e a Lapidação dos Direitos Humanos“.
Sua dissertação de mestrado, sustentada na Universidade de São Paulo, lançou as bases teóricas para a elaboração e edição da lei 10.097/00 (clique aqui), de cuja redação participou. A referida lei alterou a CLT (clique aqui) no capítulo da aprendizagem.
Colaborou na redação do decreto 3.298/99 (clique aqui), que passou a regulamentar o trabalho das pessoas com deficiência. Presidiu uma comissão nomeada pelo COLEPRECOR (Colégio dos Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho), para implantar LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) no judiciário trabalhista.
Atuou na ONU, juntamente com a delegação brasileira, para a redação da Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência daquela organização, norma que o Brasil ratificou em agosto de 2008, com status constitucional. Participou junto ao CONADE e ao Congresso Nacional, como observador do MPT, para que tal ratificação ocorresse.
Durante toda sua carreira, proferiu palestras pelo Brasil. Em 2004, falou no Banco Mundial, em Washington D.C., sobre a atuação do Ministério Público do Trabalho na inserção da pessoa com deficiência no mundo laboral em nosso país.
Como participante do Núcleo de Combate à Discriminação, propôs às suas Excelências dr. Otávio Brito Lopes, procurador geral do Trabalho, e dr. José Cláudio Monteiro de Brito Filho, coordenador da COORDIGUALDADE, a idéia de se adotar o contrato de aprendizagem para as pessoas com deficiência, por meio de convênios entre ONGs, Sistema “S” e empresas, visando qualificar esses trabalhadores no ambiente de trabalho, o que se tornou política pública do MTE. Sobre o tema, propôs o texto da lei 11.180/05, a qual rompeu o limite máximo de idade para aprendizes com deficiência.
Em 7/7/2001, recebeu Comenda de Honra ao Mérito, ofertada pelo então Presidente do TST, ministro Almir Pazzianotto Pinto, por indicação da população do Município de São Carlos/SP. Recentemente, foi distinguido, com a indicação do Presidente da República, para concorrer a uma vaga de delegado do Brasil no Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU. Foi também agraciado pelo Ministro do Trabalho com a condecoração da “Ordem do Mérito do Trabalho Getúlio Vargas”.
Sobre esse novo desafio, dr. Ricardo Tadeu comenta: – “Decidi concorrer à vaga para desembargador, depois de 18 anos de atuação no Ministério Público do Trabalho, porque penso poder levar à Magistratura uma rica experiência colhida nos pareceres, inquéritos civis, ações civis públicas, termos de ajuste de conduta e audiências públicas, mantendo vivo o espírito social do MP.”
Só temos uma palavra: INCRÍVEL! Esperamos vocês!
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